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ÓSCAR DA SILVA / ARMANDO JOSÉ FERNANDES
As Sonatas para Violino e Piano
The Sonatas for Violin and Piano
Óscar da Silva (1870-1958)
Sonata Saudade para Violino e Piano
Sonata Saudade for Violin and Piano
1. Allegro con duolo - Allegro molto
2. Andante
3. Scherzo
4. Allegro molto quasi presto ed appasionato
Armando José Fernandes (1906-1983)
Sonata para Violino e Piano em Sol Maior
Sonata for Violin and Piano in G Major
5. Andante
6. Vivace non troppo
7. Larghetto
8. Presto
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Classical.net, Brian Wigman, Junho de 2013
“A Portugal não é reconhecido muito crédito por nenhuma das suas proezas, mas elas são consideráveis, especialmente no que a arte diz respeito. Estas sonatas absolutamente encantadoras para violino de dois compositores que compuseram no século XX não só rectificam este lapso, como também enriquecem, sem dúvida, um repertório para violino já bastante rico. Monteiro e Santos já cativaram a minha atenção há algum tempo; este lançamento em 2010 é apenas mais um sucesso numa linha de grandes lançamentos. Admiro a sua arte, mas é realmente um prazer ouvi-los em música tão próxima deles.
Bruno Monteiro faz com que ambas as sonatas cantem. A Sonata de Da Silva é nova em disco e merece ser gravada mais umas vinte vezes. É um trabalho maravilhosamente executado, cheio de melodias exuberantes e alguma emoção apaixonada. É bastante à moda antiga, no sentido em que poderia muito bem ser um trabalho anterior e, portanto, o resultado não faz abalar o mundo, nem é revolucionário. Mas, para um compositor nascido em 1870, faz sentido. As melodias, especialmente no Andante, são divinas, cheias de vida e cor. Monteiro contribui com o seu sentimento habitualmente profundo, com uma sacudidela extra de energia. Quando muito, os seus timbres únicos servem especialmente bem esta música. As vossas sobrancelhas podem levantar-se face a este som, mas não vale a pena negar que se trata exactamente do som que o homem pretende. É ajudado, como sempre, por Santos, um grande artista no seu pleno direito, e um importante motivo pelo qual todos estes discos valem tanto a pena.
A Sonata por Fernandes (1906-1983) é completamente diferente em disposição e estilo. É também muito bonita, mas mais descaradamente moderna. Monteiro e Santos aparentemente saboreiam o desafio, equilibrando a beleza do trabalho com a sua natureza emocionalmente ambígua. Depois da de Silva, a de Fernandes pode parecer algo chocante. Monteiro é quem impulsiona a Sonata, mas Santos permite um cenário sólido, no qual o trabalho é pintado. Para mim, o ponto alto é, sem dúvida, a viragem misteriosa e sem esforço do terceiro andamento, no qual estes dois artistas quase travam um afectuoso dueto. Vale bem a pena a aquisição nem que seja apenas por esse momento. Uma excelente proeza, que apresentará os ouvintes a uma música que eles nem sabiam existir."
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Público, Cristina Fernandes, Setembro de 2011
"Bruno Monteiro toca de forma incisiva e pungente. A habitual fluência discursiva do violinista manifesta-se sobretudo no apaixonado "Allegro molto" final. (…) A Sonata de Armando José Fernandes revela-se mais consistente e equilibrada em termos de conceição e na variedade contrastante de ambientes musicais. É também nesta obra que o duo formado por Bruno Monteiro e João Paulo Santos mostra o seu melhor, tanto no plano da precisão técnica e da coordenação rítmica, como da paleta expressiva, confirmando o sólido percurso dos últimos anos."
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Jornal de Notícias, Rui Branco, Junho de 2011
"Excelência interpretativa"
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Jornal de Letras, Maria Augusta Gonçalves, Junho de 2011
"A recompensa é imediata ao primeiro contacto com as obras de Óscar da Silva e Armando José Fernandes. Duas jóias preciosas raramente ouvidas, duas das mais fascinantes obram para violino e piano, da música portuguesa dos últimos cem anos (…) virtuosismo e a "medida certa" dos intérpretes, o que é rigorosa e espantosamente comprido. Os dois músicos têm mais do que provas dadas, nas suas próprias carreiras, têm também um percurso comum já com vários anos, com um repertório raro, partilhado e testado na verdade das salas de concerto. As expressões de Óscar da Silva e Armando José Fernandes, assentes em escritas tão distintas entre si, mas tão elaboradas e minuciosas, requerem essa verdade. Com Bruno Monteiro e João Paulo Santos não podia ser de outra maneira."
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Planet Hugill, Robert Hugill
Finamente poético: O Trio com Piano de juventude de Ernest Chausson ao lado de obras do seu contemporâneo, Eugene Ysaÿe
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“(…) O Trio de Chausson usa um tema cíclico à maneira do seu amigo e professor, Franck. Isto é iniciado sobre uma figura no piano balançando no início do primeiro andamento. Este andamento é substancial (mais de dez minutos), mas começa de uma maneira notavelmente elegíaca antes de se tornar mais rápido e turbulento. Como muito mais tarde no século XIX compor para trio com piano, a obra requer manuseio sensível no piano e isso Santos faz muito bem. Por toda parte, há a sensação de dar e receber entre os três e o piano nunca parece acabado. Ajuda que tanto Monteiro quanto Rocha sejam capazes de trazer os seus próprios momentos de paixão de uma maneira elegante, mas cada um também pode ser discreto. Esta é uma performance que se move entre a simpatia silenciosa e a paixão intensa. O andamento lento tem uma transparência adorável na abertura, com uma introdução que parece bem pensativa antes de entrarmos na animada secção principal. Aqui o humor irónico e os elementos poéticos distanciam-nos um pouco de Franck. Para o início do andamento lento, o piano tem um longo solo, reiterando o tema cíclico e à medida que os outros instrumentos se juntam há uma poesia silenciosamente intensa que lembra Fauré, embora a estrutura seja mais Franck. Um exemplo da síntese que Chausson trouxe para a sua música. Com o final, encerramos a estrutura cíclica com um andamento de grande escala que tem uma energia alegre ao seu ímpeto rítmico.
Ao longo da performance, apreciei o dar e receber solidário entre os músicos e o sentido de poesia que eles trazem para a música. Apesar de ser uma obra romântica de grande escala, os momentos febris são mantidos sob controlo e podemos desfrutar da poesia que encontramos nas obras menores de Chausson.
O Poeme Elegiaque de Ysaÿe é outra peça de grande escala, um andamento único com duração de quase 15 minutos. Ysaÿe inspirou-se em Romeu e Julieta de Shakespeare e musicalmente em Wagner, mas também em Chausson, Franck e Fauré. A obra vive muito num mundo semelhante ao Chausson. A corda Sol do violino é afinada até Fá, dando um som um pouco mais rouco e mais escuro à peça. Temos um violino poético e fluido sobre um piano pulsante. Esta é uma rapsódia muito livre, e enquanto o piano de Santos é maravilhosamente sensível, o foco está no violino de Monteiro. Há momentos em que a peça parece quase romper os limites, como se Ysaÿe realmente quisesse escrever uma obra para violino e orquestra.
O sentido de rapsódia livre de Ysaÿe também aparece no seu Poema-Mediação, e aqui ele enfatiza as coisas mostrando as mudanças de métrica por meio de um único número escrito acima da partitura, em vez de assinaturas de tempo convencionais. Começa com um estilo poético sombrio e assombroso, uma verdadeira meditação poética. E mesmo quando as coisas aquecem, Rocha e Santos mantem essa sensação de rapsódia livre ao lado da meditação poética.
(…) Gostei imenso deste disco, os três instrumentistas conquistam todos os desafios da escrita instrumental sem sequer fazer uma refeição. Ao longo do tempo, os três permanecem sensíveis à poesia das peças, e o trio em particular tem uma adorável troca íntima entre os três instrumentistas.”
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